Definições de conceito segundo Radcliffe Brown
- Instituição
O conceito de Radcliffe Brown para instituição é o mesmo de Durkheim
que deve seguir sua época. “Finalmente,
deve ser abandonada as buscas por “origens”. A “origem contemporânea,” a função
de uma instituição, deve ser encontrada em seu uso atual”. (Adam Kuper.
p.65-66).
- Função
São relações sociais entre as pessoas com objetivo de unir a sociedade
relacionada com uma estrutura. Essas relações sociais unem a comunidade fazendo
com que todas as pessoas tenham hábitos semelhantes, como à forma de
cumprimentar ou de se vestir sendo que quem não compartilha é rechaçado. Essas
relações são essenciais para que a sociedade exista e se baseiam em uma
estrutura “o conceito de função tal como é aqui definido implica, pois a noção
de uma estrutura constituída em uma serie de relações entre entidades unidades,
sendo mantida a continuidade da estrutura por um processo vital constituído das
atividades das unidades integrantes.” (Radcliffe Brown. p.223§1).
- Estrutura
Para Radcliffe
Brown existem dois tipos de estrutura a social e a geral. O conceito de
estrutura social é fundamentado nas relações sociais. Estas relações podem se
dá átravez da organização social, politica, religiosa, cultural de um povo, aforma
com este se relaciona. São relações frageis que se flexibilizam, mudam com
facilidade. Uma relação concreta entre as pessoas que é maleável, possui
diferenciação entre indivíduos e classes
por um desempenho social.
“ Consideremos
o que são observáveis e concretos de que se ocupa a antropologia social. Se
decidimos estudar, por exemplo, os habitantes aborigines de uma parte da Australia,
achamos ceto numeros de individuos humanos em determinadi meio natural. Podemos
observar a conduta desses individuos,
inclusive, evidentimente, seu modo de falar e os produtos materiais de suas
atividades passadas . Não observamos uma «cultura», visto que essa palavra
denota não uma realifafe concreta, mas uma abstração, é, em geral, empregada
como vaga abstração não nos revela que
esses desres humanos estão relacionados por uma complexa rede de relações
sociais. Emprego o termo «etrutura
social» para desugnar esta rede de relações realmente existente.” (Radcliffe
Brow,p234§1)
Radcliffe Brow
se preocupou em definir o obejeto de estudo da antropologia. Como ele utuliza a
antropologia social escolheu um objeto especifico para essa área foi a estrutura social. Assim, tal qual Durkheim fez para a sociologia o fato social como o seu
objeto estudado. Radcliffe Brow fez da estrutura social o objeto de
estudo da antropologia social, além de trabalhar com outras ferramentas como
fenômenos sociais.
Quando em uma
sociedade juntamos todas as suas funções, encontramos uma estrutura social e
quando essa estrutura se repete e não muda com o passar do tempo encontramos
uma forma estrutural ou estrutura geral. Em uma sociedade capitalista podemos
afirmar que sua estrutura se baseia na relação entre capitalista e trabalhador,
pois toda sociedade capitalista terá esse relacionamento que não muda com o
passar do tempo.
Aluna: Emanuella Soares
Principais conceitos do Funcionalismo
A
teoria funcionalista foi elaborada pelo antropólogo Branislaw Malinowski
(1884-1942), um dos pais fundadores da antropologia. Para podermos compreender
melhor o funcionalismo, faz-se necessário termos em mente os principais
conceitos e características que fundamentam essa teoria. Perceberemos que os
conceitos estão intimamente interligados constituindo um todo. Acredito que
pensá-los isoladamente, estudando cada um como sendo apenas uma parte do
pensamento de Malinowski e não percebendo suas conexões, não nos trará um
entendimento mais claro. A sequência apresentada a seguir foi elaborada de uma
maneira didática na qual veremos cada conceito como etapas que serão desenvolvidas
para que finalmente possamos comentar sobre a teoria funcionalista.
Um dos principais conceitos no funcionalismo é a
teoria das necessidades. De acordo com Malinowski, a cultura tem como base
principal, um fator gerador, necessidades de ordem biopsicológicas dos seres
humanos (Malinowski apud Kuper, 1978), então necessidades primárias como a
nutrição e a procriação seriam inatas e comuns aos seres humanos. Para que
estas necessidades sejam materiais, ou seja, que possam passar da uma
necessidade interior para uma ação, é preciso um meio e Malinowski vê este meio
como sendo a cultura. Assim esta ação, que toma a forma de costume, irá impor
novas determinantes ao comportamento, como também criará novas necessidades.
Contudo, estes costumes não são realizados de forma aleatória. Por trás dos
mesmos, existe um fator racional que os organiza de uma maneira complexa. Deste
modo, cada necessidade básica daria origem ao segundo conceito fundamental do
funcionalismo: o conceito de instituição.
As instituições sociais seriam formas coletivas de
satisfazer as necessidades primárias que são comuns aos seres humanos. E devido
justamente ao seu caráter coletivo, as instituições não apenas satisfariam
necessidades individuais, mas agora também coletivas. De um modo mais abrangente
podemos entender a instituição como um complexo formado por leis que regem
determinado costume.
Cada uma das monografias de Malinowski sobre os
Trobriand ocupava-se primordialmente de um único foco institucional: comércio,
família, vida e procriação, mito, o respeito às normas, cultivo da terra.
Embora, em cada caso, ele desenvolvesse seu tema de dentro para fora, partindo
do centro e seguindo os vários fios para mostrar as ramificações de cada
atividade [...] (Kuper, 1978)
Seu famoso estudo sobre a instituição do Kula é
usado para ilustrar suas idéias. Malinowski fala que a instituição é formada
por várias camadas e percebemos no kula, sistema de comércio em que objetos de
valor simbólico circulam por uma extensa área entre as ilhas da Malanésia
(Eriksen e Nielsen, 2007), diversos aspectos que perpassam por toda a cultura
trobriand. Malinowski percebeu que o
kula não era apenas um sistema de troca de objetos, mas uma forma de enxergar
todos os aspectos da vida dos nativos através desta instituição. Era uma forma
de trocar cultura.
Considerando os dois conceitos acima, podemos
entender melhor a teoria do funcionalismo. Nas últimas páginas de seu livro Os
argonautas do pacífico ocidental, Malinowski fala sobre sua nova teoria em
relação ao evolucionismo e difusionismo da época:
[...] Parece-me haver lugar para um novo tipo de
teoria [...] A influência recíproca dos vários aspectos de uma instituição, o
estudo do mecanismo social e psicológico no qual a instituição se baseia,
constituem um tipo de investigações teóricas que, até ao presente, só se
praticam de um modo conjetural. Mas arrisco-me a predizer que mais cedo ou mais
tarde adquirirão certa personalidade própria. Este tipo de pesquisa preparará o
caminho e fornecerá o material para as demais.
(Malinowski apud Kuper, 1978)
De forma mais geral, podemos entender o
funcionalismo de Malinowski como sendo a forma de como as instituições sociais
se mantinham unidas formando um todo coerente, possuindo uma função (servindo a
um propósito). Contudo, está é uma forma bastante simplista de compreender o
funcionalismo. Devemos perceber em suas características o porquê dela se
diferenciar do evolucionismo, difusionismo, como também do
estrutural-funcionalismo de Radcliffe-Brown.
Um ponto importante é que Malinowski tem como foco
de estudo o indivíduo; o homem e sua totalidade. Assim as forças psicológicas
presente na teoria das necessidades, são de grande importância, pois o
indivíduo limitaria as regras sociais.
Outra característica bastante comentada é o método
etnográfico usado por Malinowski em suas etnografias: A observação
participante. Segundo esta metodologia, o pesquisador deveria viver com as
pessoas que eram estudadas e aprender e participar tanto quanto possível de
suas atividades. Para a época essa nova forma de se colocar em relação às
pessoas estudadas era revolucionária, criando assim uma nova forma de pesquisa.
Paralelamente a observação participante outro aspecto importante no
funcionalismo nos é apresentado.
Todo fato
realizado pelos nativos devia ser registrado, mesmo que estes aparentemente
fossem insignificantes (imponderáveis da vida real). Porém a tentativa de
entender certo costume sem contextualizá-lo com a cultura seria um erro. Para
compreendermos determinado costume temos que pensá-lo inserido dentro da
cultura da sociedade em questão. Somente desta forma se nota como a unidade
compõem um todo. Podemos perceber que o estudo funcionalista para Malinowiski
possui caráter sincrônico. Ou seja, a sociedade deve ser vista por ela mesma. Retomando um pensamento anterior, a mecânica
ilustrada dentro do pensamento funcionalista é que o todo (a cultura) é
constituída de partes (instituição) que estão em integração com outras,
possuindo uma função e coerência.
Aluno: Emanuel Thiago
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