Trabalho
de campo
Neste
tópico falaremos um pouco sobre o trabalho de campo de Malinowski, destacando
seus estudos em Nova Guiné. Para começar, é importate ressaltarmos que o autor
teve muitas dificuldades ao chegar na região, pois não sabia quase nada dos
nativos, e os brancos que habitavam no local também tinham pouquíssimas
informações deles. Os primeiros cumprimentos de Malinowski com os nativos da
região aconteceram em inglês pidgin, que era um inglês modificado e mais
simples e que era usado como língua franca em várias regiões do Pacífico.
Depois
das dificuldades iniciais, Malinowski começou a colocar em prática os
princípios metodológicos que, segundo ele, eram essenciais para um trabalho de
campo eficaz. Para o autor, o pesquisador deve, em primeiro lugar, possuir
objetivos verdadeiramente científicos e ter conhecimento dos critérios e
valores da etnografia moderna. Em segundo lugar, o pesquisador deve ter boas
condições de trabalho, ou seja, viver entre os nativos, sem depender de outros
brancos. E em último lugar, o pesquisador deve utilizar alguns métodos
especiais de coleta, manipulação e registro da evidência.
Para
Malinowski, o etnógrafo ao fazer o trabalho de campo, deve estabelecer todos os
regulamentos e leis que ditam a vida tribal, ou seja, tudo aquilo que é fixo e
permanente, além de mostrar a anatomia cultural, como também descrever a
constituição social. O autor destaca que o pesquisador deve passar a conhecer o
ponto de vista dos nativos, bem como a relação deles com a vida, e ainda a
visão que eles têm de seu mundo. Então para Malinowiski, é papel do etnógrafo
estudar o homem e tudo aquilo que diz respeito a ele.
Queremos
destacar agora o trabalho de campo de Malinowski com relação ao Kula, que é uma
forma de troca e que tem um caráter intertribal muito grande. O Kula é
praticado por comunidades que ficam num círculo grande de ilhas que formam um
circuito fechado. No seu trabalho de campo, o autor pôde perceber que no Kula
são utilizados dois artigos: o mwali que é um bracelete de concha e o soulava
que é um colar de discos feito de conchas vermelhas e que a cerimônia de troca
destes dois artigos é o aspecto central do Kula.
O autor
também ressalta os princípios mais importantes e significativos do Kula. Ele
diz que, em primeiro lugar, o Kula é um presente retribuído após algum tempo,
através de outro presente e que isto não se trata de um escambo. Em segundo
lugar, é papel do doador estabelecer a equivalência do contrapresente, que não
deve ser imposta e não pode haver devoluções ou regateio na troca. Mas existem
ocasiões que participantes do Kula fazem ofertas por artigos que estão em poder
de um parceiro. São os chamados “presentes de solicitação”.
Queremos
apresentar agora algumas atividades secundárias ao Kula que foram estudadas por
Malinowiski. Podemos primeiramente destacar a construção de canoas, que tinham
que ser bem feitas para poder suportar as longas viagens. Também é considerada
uma atividade secundária do Kula o comércio secundário, que se tratava de
viagens onde nativos levavam presentes para seus parceiros. Presentes estes que
seriam de grande utilidade para aqueles que iriam receber. Em contrapartida
aqueles que levavam presentes recebiam outros também úteis para si mesmos.
Outra atividade secundária de grande relevância no Kula era a magia. Os nativos
acreditavam em poderes mágicos. Eram feitos rituais mágicos sobre as canoas
marítimas para lhes proporcionar segurança e rapidez. Também eram executados
rituais mágicos para se afastar os perigos da navegação e outros para que os
nativos tivessem dentro de si o desejo de sempre presentear.
Para
concluirmos esta parte sobre o trabalho de campo de Malinowiski, nos convêm
falar que o que mais interessava a ele no estudo do nativo era a visão que eles
tinham das coisas. Ele ressalta que é preciso que o pesquisador consiga captar
a realidade psicológica das coisas. Também fala que o pesquisador precisa amar
aquilo que faz, tornando-se assim um genuíno profissional da verdadeira Ciência
do Homem.
Referência
Bibliográfica: Malinowiski (1884-1942). Vida e obra. Consultoria de Eunice
Ribeiro Durham.
Aluno:
Francisco Thalyson de Sousa Soares
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